A utilização de ecrãs por crianças pequenas tem se tornado um tema bastante discutido, devido ao seu impacto, cada vez mais evidente, no desenvolvimento psicomotor das crianças.
Desde 2010 que a Academia Americana de Pediatria recomenda a evicção do uso de ecrãs em crianças com idade inferior a 24 meses. A partir desta idade e até aos 5 anos, o seu uso não deve ultrapassar uma hora por dia e deve ser acompanhado pelos pais.
Sabemos que nas crianças até aos 2 anos a utilização excessiva dos ecrãs pode alterar a plasticidade neuronal e afetar o neuro desenvolvimento, provocando perturbações do desenvolvimento da linguagem e da comunicação, afetando ainda a saúde física e mental.
Por outro lado, os ecrãs podem perturbar o desenvolvimento de competências sociais e comportamentais. Esta situação é mais grave e evidente nas crianças com perturbação do espetro do autismo.
Em bebés e crianças em idade pré-escolar o uso excessivo de ecrãs também interfere na qualidade e quantidade de sono. Está associado a um aumento da latência do sono e a despertares noturnos mais frequentes.
O tempo passado em frente aos ecrãs significa o prejuízo de outro tipo de brincadeiras, interações e atividades. Este facto tem vindo a influenciar negativamente não só o desenvolvimento social das crianças, como também a sua saúde física, aumentando o sedentarismo e a obesidade.
Importa por isso limitar o uso de ecrãs em crianças pequenas, alertando os pais, cuidadores e educadores para os riscos do seu uso excessivo.