1) A exposição solar lenta, progressiva e com proteção adequada poder ter vantagens clínicas mas a exposição repetida ou abrupta e intensa têm efeitos nefastos para a saúde
As queimaduras solares são exemplo do dano solar causado a curto prazo. Já a exposição prolongada ou inadequada tem efeitos cumulativos ao longo da vida que se traduzem pelo fotoenvelhecimento, caracterizado pelo acentuar de rugas, manchas pigmentadas ou hipopigmentadas, fragilidade cutânea e risco acrescido de cancros da pele.
2) Existem grupos de risco mais vulneráveis para lesões provocadas pelo sol
Pessoas com cabelo e pele claras, olhos de cor clara e/ou com muitos sinais ou sardas, têm menos proteção natural em relação à radiação ultravioleta (UV) e maior risco de desenvolverem queimadura e/ou cancro da pele. Mas a cor da pele pode enganar e, algumas pessoas de pele relativamente morena, cabelo e olhos castanhos têm dificuldade em bronzear e “queimam” com facilidade, necessitando, também elas, de cuidados redobrados de fotoproteção. No entanto, o ser moreno e não ficar vermelho não é sinónimo de estar seguro! As crianças são outro grupo vulnerável à radiação solar, pois a pele em idade pediátrica é mais sensível e por isso o risco de queimadura é maior. Por este motivo, as crianças no primeiro ano de vida não devem ser expostas diretamente ao sol. Além disso, sabe-se que uma queimadura solar na infância duplica o risco de mais tarde se desenvolver um cancro de pele. Existem ainda algumas doenças de pele que agravam com a exposição solar, como o Lúpus Eritematoso, a rosácea, o melasma e herpes simplex, pelo que os indivíduos com estas patologias devem ter especialmente cuidado aquando a exposição ao sol. Outro grupo particularmente vulnerável aos efeitos nefastos do sol são os profissionais com trabalho ao ar livre, como os agricultores ou pescadores.
3) O efeito do sol não é sempre igual
A intensidade da radiação solar é significativamente influenciada pela altura do dia, estação do ano, condições climatéricas, altitude, latitude, superfícies refletoras, entre outras. Entre as 12 as 16 horas a maior elevação do sol provoca maior intensidade da radiação UV, motivo pelo qual se deve reduzir ao máximo as atividades exteriores durante esse período de tempo. Mesmo nos dias de nevoeiro e vento não podemos descurar os efeitos do sol, pois ainda que a nebulosidade atenue a radiação UV, a radiação difusa é suficientemente intensa para originar eritema (vermelhidão). A altitude é outro ponto muito importante: quanto mais elevada for menor é a atenuação da radiação UV pela atmosfera, pelo que mais facilmente pode ocorrer queimadura. Mesmo numa ida à praia existem diversos fatores que influenciam a intensidade da radiação UV. Por exemplo, a areia seca reflete cerca de 20% dos raios UV já a areia molhada pode refletir até 40%. Mesmo durante um mergulho no mar não estamos a salvo da radiação UV. A 50 cm de profundidade ainda temos 40% da radiação UV que atinge a superfície.
Autor: Dra. Margarida Rato
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