A Dra. Margarida Rato, Médica Dermatologista, deixa-lhe aqui respostas a 6 perguntas frequentes sobe FOTOPROTEÇÃO.

1) É necessário aplicar fotoprotetor quando estamos debaixo do guarda-sol?
A radiação UV reflete na maioria das superfícies, por isso mesmo à sombra a fotoproteção não deve ser desprezada. Debaixo de um guarda-sol estamos expostos ao equivalente a 30% da radiação UV direta, podendo 3 horas debaixo deste equivaler a 1 hora de exposição não protegida.

2) Qual o vestuário mais adequado para conferir maior fotoproteção?
Durante a permanência ao ar livre devem ser usadas roupas que evitem a exposição direta da pele ao sol, particularmente nas horas de maior incidência solar. O vestuário deve ter design adequado, com proteção do decote, ombro, braços e coxas. Nem todos os tecidos proporcionam a mesma proteção face à radiação UV. Os tecidos de malha mais apertada refletem e bloqueiam a radiação de forma mais eficaz, bem como os tecidos mais espessos. O uso de roupas largas proporciona uma melhor proteção solar do que o uso de roupas justas e a proteção UV é maior para materiais de cor mais escura, dado que absorvem mais radiação. Existem ainda tecidos tratados com filtros solares. Devemos ter ainda em atenção que uma t-shirt molhada no corpo pode deixar passar os raios UV.

3) Protetor solar: que tipo usar nas crianças? E nos adultos?
Crianças: O fotoprotetor (qualquer que seja) não está recomendado em idades inferiores a 6 meses. Dos 6 meses aos 2 anos devem usar-se filtros físicos ou inorgânicos, menos absorvidos e com menor potencial de sensibilização (protetor solar mineral). A partir dos 2 anos deve usar-se um fotoprotetor pediátrico, com índice de proteção (SPF) alto/ muito alto (preferencialmente 50+), que na maioria dos casos inclui filtros físicos e químicos (espectro mais amplo de proteção UV).
Adultos: Aplicar um protector solar de fator 30 ou superior, de textura adequada ao tipo de pele.
Os protetores com filtros químicos devem ser aplicados cerca de 30 minutos antes do início da exposição. O fotoprotetor deve ser aplicado em todo o corpo, incluindo dorso das mãos e pés, pescoço, orelhas e mesmo por baixo do fato de banho para que nenhuma área fique esquecida. Não existem protetores “écran total” e a fotoproteção só é eficaz se aplicada generosamente e reforçada de 2/2h (ou mais frequentementese se molhou ou transpirou bastante.) Não existem protetores solares “à prova de água”, eles podem ser considerados resistentes/ muito resistentes a água por um período de tempo (40/80 min). Os protetores devem ser utilizados de forma sensata, com o objetivo de reduzir os efeitos negativos da exposição à radiação UV e não para permitir permanecer mais horas ao sol sem queimar. A maioria dos “acidentes” com o sol ocorre nos dias mais frescos, nublados, pela ideia errada de que, “se não está quente não queima”. O calor deve-se à radiação infravermelha que é filtrada pelas nuvens, mas a queimadura solar deve-se sobretudo à radiação ultravioleta, que é pouco afetada pelas nuvens. O uso de protetor solar não pode ser dispensado mesmo com o tempo nublado. Os cuidados de proteção solar devem estar presentes não apenas na praia, mas também no desporto e atividades ao ar livre. A proteção solar não se resume ao uso do fotoprotetor mas deve incluir vestuário adequado, chapéu e óculos de sol.

4) O que fazer depois do banho de piscina/mar? Secar as crianças com toalha e reaplicar protetor ou deixar secar ao sol se última aplicação foi há menos de 2h?
Após cada banho, deverá secar-se a criança com uma toalha e renovar a aplicação do protetor solar.

5) Alguns alimentos contribuem para a fotoproteção?
Determinados alimentos contribuem para melhorar a resistência da nossa pele ao Sol. Moléculas naturais como os carotenoídes, a vitamina C, presente nas frutas e legumes, ou a vitamina E contribuem para a fotoprotecção. No entanto, não substituem, de modo algum, uma boa proteção solar, indispensável em caso de exposição.

6) Alguns medicamentos associados a fotossensibilidade?
Sim, existem medicamentos fotossensibilizantes, ou seja, aumentam a sensibilidade da pele ao Sol e favorecem a queimadura solar. Os anti-inflamatórios não esteróides, alguns antibióticos, antidepressivos e medicamentos cardiovasculares são alguns exemplos. Nestes casos, devem ter-se cuidados redobrados com o Sol.

Autor: Dra. Margarida Rato

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