Mesmo depois de curadas da infeção, muitas pessoas ficam com marcas da Covid-19 durante vários meses.
Os sintomas neurológicos depois da infeção são dos que têm gerado mais relatos. "De facto, as queixas de dificuldades de concentração são frequentes na Long Covid, havendo associadamente disfunção mnésica", explica Filipe Palavra, da Sociedade Portuguesa de Neurologia. Além das queixas relacionadas com a memória, outro problema muito associado à Covid-19 são as dores de cabeça, seja no contexto da infeção aguda, seja como sintoma associado à Long Covid.
Quanto ao coração, tem sido dado como um dos órgãos mais atingidos pelos efeitos a longo prazo da Covid-19. Além das miocardites (mais frequentes nas primeiras duas semanas de infeção), estudos da Sociedade Portuguesa de Cardiologia comprovam a elevada prevalência de condições como a hipertensão arterial e a diabetes nos doentes hospitalizados por Covid-19.
Já ao nível pulmonar, além das complicações conhecidas durante a infeção, os sintomas mais comuns no pós-Covid são a falta de ar (dispneia), perda de capacidade de realizar exercício físico e baixa de oxigenação do sangue (hipoxemia).
Todos este efeitos são considerados Covid crónica quando persistem para além das 12 semanas.