Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Suicídio é o ato deliberado, iniciado e levado a cabo por um indivíduo com pleno conhecimento ou expectativas de um resultado fatal.
E você, o que sabe sobre suicídio?
Podemos considerar que o Suicídio é uma tragédia humana que acarreta cerca de 1 milhão de mortes por ano à escala mundial.
Desde o princípio do século XX que a taxa de suicídios tem vindo a aumentar. Entre 1950 e 1995 observou-se um aumento de 49% desta taxa nos homens e 30 % nas mulheres.
Apesar de os números relativos a esta temática serem subestimados, segundo estimativas da OMS, a cada 40 segundos suicida-se uma pessoa!
De facto nem sempre é possível diferenciar causas de morte entre suicídio e causas naturais, contribuindo para tal, aspectos de ordem jurídica e estigmas de ordem religiosa.
Ainda mais difícil de determinar é a incidência de tentativas de suicídio bem como da intenção/ideação suicida. Por cada suicídio consumado registam-se 10 a 25 tentativas frustradas de suicídio e na maioria (47.3%) não existe intenção de morrer, sendo que destas, cerca de 75% não chegam ao conhecimento dos serviços de saúde.
É desde logo ao nível da terminologia e definições que se instalam dificuldades em gerir este tema. Falamos em comportamentos Auto lesivos, Atos suicidas, Comportamentos suicidários, Suicídio, Ideação suicida e Suicidalidade. Na prática clínica dividimos em três categorias fundamentais que se distinguem em termos de gravidade ascendente: Ideação suicida, Tentativa de suicídio e Suicídio.
A nós, profissionais de saúde mental, cabe-nos pesquisar a presença de um plano suicida bem como avaliar a sua potencial letalidade, tentar esclarecer a possibilidade de acesso a meios letais que possam facilitar o ato suicida, pesquisar tentativas prévias, valorizar sintomas e avaliar a capacidade do individuo para controlar o seu comportamento, bem como a motivação para aceitar ajuda.
Determinados fatores demográficos, sociais, educacionais, acontecimentos de vida negativos, antecedentes familiares, antecedentes médicos e fatores psiquiátricos e /ou psicológicos são identificados como fatores de risco para suicídio e precisam de ser identificados precocemente. Pode-se também usar como estratégia preventiva, a potenciação de fatores protectores (individuais, familiares e sociais).
Na voz de Camus Sisyphe, “ Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: é o suicídio. Julgar se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma questão fundamental da filosofia”.
Pensar em morrer não é normal. Os mitos sobre os Atos suicidas não só corroboram como mantém o estigma social à volta do tema, dificultando, muitas vezes a avaliação pelos técnicos de saúde mental, modelando contra atitudes.
A si, que está a ler este texto, não hesite em pedir ajuda.
Autor: Dra. Diana Cruz e Sousa
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