10 de Outubro, Dia Mundial da Saúde Mental (Federação Mundial de Saúde Mental), urge que seja não só uma data, mas um objetivo na vida de cada um de nós! Numa era pós-pandemia e também num período com dificuldades económicas acrescidas, os números são preocupantes. Contudo, tem-se olhado mais para os desafios inerentes às doenças de foro mental, o reconhecimento mais precoce dos sinais e sintomas que as caracterizam, e uma maior procura de ajuda especializada. Importa clarificar que saúde mental é tão só - e tanto - tudo o que envolve o bem-estar psicológico, social e emocional de uma pessoa, o que afeta diretamente ações, decisões e relacionamentos.
Rotinas diárias em contrarrelógio, trabalhos desmotivantes, raciocínio e execução lentos perante as tarefas, salários aquém das expectativas, falta de compensações profissionais, pouco tempo de lazer, vida familiar que não pode ser delegada para quem tem família, ou seja, cuidar de filhos, cuidar de casa, cuidar de roupa, levar filhos aqui e ali, ir ao supermercado, fazer contas sobre quanto sobra (ou não) no fim do mês, despesas acrescidas, por vezes recorrendo a formas “fáceis” de fazer dinheiro, noites de sono diminuto, insónias, irritabilidade, angústia, compulsão alimentar, incapacidade em se alimentar, aumento do consumo de tabaco, de café, crises de ansiedade, ataques de pânico, desespero…
E, mais precocemente, os adolescentes e as crianças, também eles com ritmos de vida alterados, muito veiculados pelo período pandémico, como o tempo em que estão fechados em si mesmos, por rotinas excessivas de casa-escola-explicações-atividades desportivas-e-afins, ou presos nos ecrãs, nas redes sociais, nos jogos, priorizando este modo de estar a qualquer outra atividade, sem controlo de frequência, intensidade ou duração, levando a falta de sono, menor controlo emocional, baixo limiar de frustração, irritabilidade, impulsividade, tristeza, dificuldades de concentração com repercussão na escola, comportamentos disfuncionais, crises de ansiedade, ataques de pânico, e também desespero…
Os nossos maiores, os idosos, cada vez mais sós, menos capazes de arriscarem em novas rotinas, novas atividades, ou porque os seus corpos não acompanham a vontade, ou porque a vontade já não existe, ou porque a perceção de si mesmos declina e entorpece. E vem a dor da solidão, dos ninhos vazios, das caminhadas unicamente de casa para o Centro de Saúde e para a Farmácia, para comprar a vida que já não se tem com o dinheiro que não se tem. Tristeza, cansaço, desesperança…
Não! Não nos deixemos ficar doentes, se depende de cada um a melhoria da sua Saúde Mental!! E não, esta não é exclusividade de pessoas que sofrem de transtornos psicológicos ou mentais e o cuidado com a saúde não deve ocorrer apenas quando se está doente. Urgem assim hábitos que potenciem a Saúde Mental, que tragam à vida de cada um a leveza e a satisfação, a capacidade de enfrentar os desafios do dia-a-dia, as preocupações do presente, com conta, peso e medida, numa tranquilidade mais premente:
- Autocuidado pessoal físico, psicológico e mental – cuidado consigo mesmo a nível físico porque “o nosso corpo é a nossa casa”, a nível psicológico porque “a felicidade está na capacidade em colocarmos a cabeça sobre a almofada e conseguirmos dormir” e a nível mental porque “tudo o que nos rodeia nos deve ser serenamente percetível”;
- Descanso com adoção de padrões de sono saudáveis – deitar frequentemente à mesma hora e não utilizar ecrãs pelo menos 30 minutos antes de dormir;
- Exercício físico regular - sendo importante o investimento em atividades de que se goste e não só a ideia de “ginásio porque todos vão, mesmo que não goste muito”, inclusive uma caminhada de 30 minutos é preciosa na produção de serotonina, incremento da imunidade e estar “aqui e agora”;
- Alimentação equilibrada - com ingestão adequada, nutritiva e balanceada, e hidratação diária, com limitação na ingestão de cafeína e nicotina, considerando que bloqueiam a melatonina e interferem no sono;
- Hábitos estimulantes e atividades simples - que, somadas, libertam o corpo e a mente, como alongamentos, Meditação, exercícios respiratórios, Ioga e Mindfulness;
- Valorização da própria personalidade - do “quem sou eu e o que quero” e a procura do aprender a lidar com situações stressantes, ou seja, investindo no desenvolvimento de enfrentamento, resolução de problemas e habilidades interpessoais, com reconhecimento e instrumentalização na gestão das emoções. Fechados sobre nós e sobre o que nos dói, acabamos por adoecer e nem nos apercebemos do quão doentes estamos. Felizmente fala-se cada vez mais em saúde mental, e com menos tabu sobre o recorrer a apoio psiquiátrico, psicólogo e terapêutico especializado certificado.
- Relacionamentos saudáveis - valiosos na procura de suporte e na motivação do cuidar do próprio bem-estar. A rede familiar, os amigos, vizinhos, colegas de trabalho, todos devemos olhar para o outro e alertar, permitirmo-nos ter maior sensibilidade quanto às questões de saúde mental. O dizer: “Tenho percebido que não estás bem, precisas de ajuda.” pode ser o colo de alguém e o início de um novo caminho.
- Pedir ajuda - sem medo, ao primeiro pensamento de “Já não sou capaz.”, “Já não aguento.”, “Não sei o que fazer, estou perdido.”. E nunca descurar as suas metas e objetivos realistas, pois são eles o mote da vida e a razão para estarmos aqui.
Com a temática “Tornar a Saúde Mental e o Bem-Estar para Todos uma Prioridade Global” (Make Mental Health & Well-Being for All a Global Priority), também na JS Clínica Médica, quer através das consultas de especialidade – Psiquiatria, Pedopsiquiatria, Psicologia, outras Consultas de Especialidade inerentes à saúde física, logo também mental; quer através de atividades e terapias como EMDR, Mindfulness, Hipnoterapia, Pilates, Low Pressure Fitness, Massagem de Relaxamento/Shiatsu, Massagem de Relaxamento Manual, entre outros, é facultada aos pacientes a harmonização de uma melhor saúde mental.
Cabe a cada um de nós cuidar de si como o melhor e único que a vida dá!